22/04/06

Aerocrónica


Olá amiguinhos! Tudo bem e tal? Em primeito lugar vou salientar um promenor (profissional com menos de 18 anos) muito importante que poderá influenciar a (falta de) qualidade desta crónica. Estou a escrever num teclado espanhol! E perguntam vocês, e qual é a diferença?
Vocês - ¿Qual é a diferença?
Em primeiro lugar, se estivesse num teclado "normal" ñ teria posto dois pontos de interregaçao. Em segundo lugar teria posto "tils" nas palavras que costumam te-los, mas como nao encontro o til no teclado, ñ os vou por.
Em terceiro lugar, ligado com o segundo, como ñ posso escrever "nao" direito, escrevo assim: ñ. Existe uma tecla com isto. Estes espanhóis...
Quarta: existem outras cenas fixes, como: ¬ ¡· e afins.

Mas vamos ao que interessa. Como já disse, estou em España. E para estar em España, tive de vir para España uma vez que estava em Portugal. E eu fiz essa viagem. De avião.
Durante todo aquele tempo interessante que se passa fechado dentro de um cubiculo em excesso de velocidade, tive tempo para pensar em todo o teatro que se desenvolve á volta de uma simples viagem de aviao. Como termo de comparaçao vou usar uma simples viagem no taxi do Sr. Júlio.

Início da Saga

Chegada ao Aeroporto
É sempre bom ter de estar no local de partida uma hora (no mínimo) antes do nosso voo. Ele é chegar, estacionar o carro num daqueles parques de aeroporto muito simpáticos do género de estaçao de serviço. As pessoas saem do carro com aquela cara de quem vai estar sentado durante tempos infindáveis num banco partilhado por outras 29 pessoas, pegam na sua mala com rodinhas irritantes de última geraçao, e lá vao eles (ñ) sabendo o que os espera...

Quando queremos apanhar um taxi, normalmente esta etapa nao ocorre. Seria ou ñ muito estupido, se se fosse de carro para um local onde se vai apanhar uma boleia... de carro?

Check in
Filas infindáveis. Miúdos a chorar. Velhotas com 4 malas de rodinhas a atropelarem-nos constantemente, no entanto, com aquela cara de quem nos quer apertar as bochechas até nos tirar dois ou tres dentes.
Quando encomendamos bilhetes pela internet, acrescenta-se o factor expectativa. Será que encomendei bem o bilhete? Será que eles receberam o meu pedido? Será que vou para o Hawai a nado?Será que vou passar as minhas ferias no aeroporto?

No taxi do sr. Júlio esta etapa resume-se a isto. TAXI!!!

--teclado português--

Espera pelo embarque
Aqui estamos de volta aos bancos partilhados por outras 29 pessoas. Normalmente é nesta etapa que acontece o delirio. Quando saimos de casa, pensamos sempre: "Ah, vou levar aqui um livrinho muito bom que vou ler enquanto espero pela hora do voo!". Esqueçam. Isto nunca acontece. A única coisa que se faz durante este tempo maléfico, é olhar para os outros desgraçados que esperam como nós. Lemos os placards informativos. Ouvimos a voz irritante da senhora que fala no intercomunicador e que nos informa que temos apenas 4,5 segundos para apanhar o nosso voo.Compramos chiclets. Compramos revistas escritas numa lingua que nao conhecemos, mas que achamos que vai ser muito divertido ver as imagens. Mas não vai. Isto porque estamos num aeroporto. Á espera. Eu pessoalmente li um pouco do código da estrada. 10 páginas. Homem, veículo, via, meio ambiente.
Vemos as pessoas mais estranhas de sempre. A puxarem malas de rodinhas.
Chegou a nossa hora.

Abrimos a porta.

Controlo de Segurança
Aqui sim. Uma das partes mais emocionantes deste processo. Chegamos lá a zona e só vemos: Policias com metrelhadoras, tipo Silvestre Stalone (Rambo, não confundir com Rocky I, II, III ou IV), detetores de metais, cães, cozinheiras. Tudo.
Chega o nosso momento. Vamos passar o portal. Pousamos o nosso saco no tapete do raio-X, juntamente com o nosso telemovel, cinto, dentes chumbados, proteses, relógios, potenciais armas brancas (ex. cotonetes).
Não importa o que se deixa no tapete. Não importa se se passa no detector nu. Aquilo vai tocar. Sempre.
A primeira vez, só recebemos um olhar suspeito do sr. agente, mas eu tive de passar la 2 (leia-se quatro) vezes. Acho que eles já estavam prontos a encher-me de chumbo.Mas não.
Lá passei. Senti-me num novo mundo. Tiraram-me um peso de cima. Não sou um potencial terrorista. No entanto tive de voltar a por a mochila as costas.Voltou o peso.

Sr. Júlio- Não tráz armas nem objectos desagradáveis, pois não?

Espera pelo embarque, parte II
De novo a esprera. Aqui já estamos um bocadinho mais animados. Já não falta tanto. Já estamos com o bilhete na mão. Não importa se faltam 5 min ou 50. O bilhete está na mão. Mas o avião vai atrasar...

Coiz'

Entrada no avião
3/4's de hora mais tarde.
Aqui sim estamos realmente contentes. Já vamos entrar no avião. Por vezes antes deste passo ainda temos que fazer uma pequena viagem num autocarro muito estranho com 3 metros de largura. Aproximamo-nos d'O Avião. Entramos. Parece tudo tão limpo e arranjadinho. Está fresquinho. Temos sempre uma ou duas hospedeiras jeitosas e uma feia (aquela que vai aparecer quando a chamamos) a dar-nos os bons-dias sempre com uma cara suspeitamente sorridente. Será que tomam alguma coisa para ficarem assim? Será que quando estao a tirar o curso têm uma cadeira de "Fazer sorrisos aos passageiros, mesmo se estiverem mal dispostas e/ou sem vontade de ir para um país esquisito"?
Chegamos ao nosso lugar, arrumamos um ou outro saco que tenhamos, enquanto outras pessoas pousam as malas das rodinhas, sentamo-nos apertamos o cinto. Esperamos.

Sr. Júlio - ora diga la fachabore...
Eu - É pacasa...

Descolagem
Não no verdadeiro sentido da palavra. Não desejamos que o avião se descole, na verdade. Era chatinho e digo até incomodativo.
Antes do avião começar realmente a andar, ainda assistimos a um teatro deveras interessante. A explicação melodramática por parte das hospedeiras, das saidas de emergencia. Elas esbracejam. Elas vestem os coletes salva vidas, elas ensinam a apertar um cinto. Sempre a rir. Em casos mais dramáticos e de maior risco chegam mesmo a ensinar a nadar de bruços. Mas isso não são todas. Só algumas.
Neste momento o avião já se encontra em movimento. O capitão dá-nos as boas vindas pelo intercomunicador. Pelo mesmo intercomunicador, o capitão fala com a tripulação. Assim sim. Nada a esconder.
Levantámos voo. Nem acreditamos.

Comunicação do sr. Júlio.
"Senhor passageiro do banco de trás, é meu dever informar que dentro de momentos vou arrancar. Só estou a espera que o semáforo passe a verde. Se ocorrer algum acidente, azar.Obrigado."

Viagem
Sentimo-nos despressurizados. De quando em vez, passa a hospedeira com o seu carrinho fantástico de onde tira tudo e qualquer coisa que precisemos. Uma coca-cola. Uma água. Amendoins. Chouriço da Beira interior. Corta-unhas. Tudo. Tudo tem um preço.
As refeições são uma aventura. Aquilo é patético. Mas é tao divertido comer... Vem tudo tão organizadinho...
Vemos as coisas pequininas lá em baixo. Até parece que estamos a voar.
Após 13 minutos de viagem, algúem ressona no banco de trás. O voo todo. Nem que o avião se despenhe numa montanha rochosa. Ele só vai acordar na aterragem.
Quando temos que ir a casa de banho é que é. Temos de passar por cima de várias pessoas.Inclusivé da hospedeira do carrinho multiusos. Esperamos lá no meio se a casa de banho estiver ocupada.Depois do casal a desocupar entramos. Vemos o nosso almoço ser exorcisado e sugado para a atmosfera num trono de porcelana futurista (esta é a parte mais suja da crónica; todas têm que ter uma).

No taxi do Sr. Julio, a viagem decorre como qualquer outra viagem de carro. Com excepção dos isultos muito imaginativos que ele atira aos transeuntes e aos outros condutores.
Há também aquela mitica conversa, "E entao o jogo de ontem? Aquilo nunca na vida era penalty.. O arbito é que é um %&#&!"

Aterragem
A aterragem é dos momentos mais estupidos do voo. Não pela aterragem em si, porque esta por vezes até dá jeito. Mas pela reacção das pessoas. Estou certo que já assistiram a um enorme e insólito aplauso quando o piloto aterra o avião. Tipo.. está claro que todos gostamos de aterrar bem sem levar um telhado de uma casa atrás e/ou sem acertar na torre de controlo, mas temos mesmo que bater palmas? O senhor faz isso todos os dias várias vezes ao dia... Ele é piloto. Não é palhaço.
Imaginem só como seria esta situação no taxi do Sr. Julio:

Está quase, está quase! Siiiiiim! OH meu Deus! Que manobra espectacular Sr. Julio! O senhor contorna velhinhas como ninguém! Que travagem perfeita! É o maior.

Deprimente.

Chegada ao Aeroporto / Recolha das bagagens
Felizes da vida, ainda com as maõs a doer, saimos do avião. Despedimo-nos das hospedeiras sorridentes, que entretanto já estão com um aspecto de quem fez um voo todo de pé, a levar cobertores a toda a gente.
Quando saímos do avião, sentimos um bafo quente, tipo ambiente de uma pocilga num recinto fechado, ou um frio cortante, dependendo do sitio onde estamos a aterrar. O clima vai ser sempre diferente. Nem que a distância do voo seja curta. E vamos ficar doentes com a diferença de temperatura. Ah isso é que vamos.
Chegamos à zona de recolha das bagagens, e vemos dois ou três fumadores viciados a fumar o seu cigarrinho, mesmo enconstados a placa "Proibido Fumar".
Aqui sim, a outra e última parte emocionante de todo o processo. O recolher das malas. Em primeiro lugar, quando nos situamos na extremidade de um tapete rolante, a espera que as malas comecem a sair por ali, as malas começam sempre, repito, sempre a sair pelo outro lado. Não vale a pena.
Quando as ditas malas começam realmente a sair, há sempre aquele factor expectativa."Será que vou voltar a ver a minha mala?", "Será que a minha mala foi extraviada e neste momento está em Cuba com o Juan e a Dolores?". E quando a nossa mala aparece, depois de todos os outros passageiros ja terem as suas malas consigo, nós já estamos tão fartos de esperarm que já nem nos importamos se é nossa ou não. Queremos é ir embora.

No taxi esta etapa nada tem de extraordinário. É simplesmente uma etapa. Ponto final.

Mundo exterior
Quando estamos a sair, a passar para o aeroporto propriamente dito, costuma também haver aquela mutlidão a receber não sei bem quem. Mas eles também não sabem. Porque percisam de placas com o nome dos recém-chegados. Somos invadidos e violados por olhares indiscretos, flashs, e tudo mais, tipo equipa de futebol.
Agora digam-me, é ou não é patético?
Enfim.

No taxi a única coisa que nos espera no mundo exterior é uma descarga pluviométrica.


Bem e isto acaba por aqui para não entrar em mais pormenores. Tentei deste modo fazer um retrato mais ou menos realista. Agora, já sabem que não devem ir para a água após a refeição. Até porque estraga as unhas.
É por estas e por outras que defendo a utilização abusiva das bicicletas.

(Quando for grande quero ser) Coiz'.

6 pessoas estúpidas comentaram este post:

Anónimo disse...

Sim..gostei muito do relatar das coisas como elas sao, mas vê-se que a viagem p espanha n foi feita pela iberia..senao a unica comida que comias era um caramelo, podias comprar comida..mas vinha uma coisa intragavel..e mesmo que desses uma salada pessima onde pusest sal,azeite, vinare, pimenta, keijo e mais umas coisas do genero à pessoa d tras..ela ia adorar e chorar por mais..o descolar e o aterrar ia ser pessimo, nao ias conseguir respirar..e viriam as hospedeiras quase te despiam no meio do aviao a tentar desapertar td a tua roupa.qd fosses esperar pelas tuas malas..elas viriam estragadas..fossem das simples d pano que viriam rasgadas, ou s fossem akelas de plastico viriam partidas e mt mal..enfim..mesmo assim..tens k te sentir feliz..a viagem nao foi assim tao má...nao foi tao cm s fosse com o senhor julio..mas pensa positivo..lool..e mt bem...parabéns..continua a fazer rir.. eu gostei mt..e qd digo isto..falo a serio..lol..BeijO*=)

Anónimo disse...

Ganda crónica...no sentido literal da palavra. Mas também pode ser no outro sentido k agora nao me lembro. lol Eu pessoalmente só andei 2 vezes de avião e uma delas foi no ano passado na feira popular de carnaxide. O meu avião era o mais fixe de todos.

Bem em relação a cronica não posso dizer muito...uma comparação perfeita entre uma viagem de taxi e de avião. Faltou akele pormenor do: ''Pois, o futebol já foi mais tecnico...''!! :-D

Axo k é tudo...mais uma vez não fui o primeiro a comentar (automutilação!!!)!!

Te manha e tal e coiz'!

Anónimo disse...

Esta crónica é, sem dúvida, brilhante! Poucos adjectivos há que qualifiquem devidamente o génio deste autor. Por exemplo, brilhante é um bom adjectivo.
Embora nunca tenha andado de avião se não quando apenas me encontrava na minha quarta Primavera (é mesmo verdade! Eu tinha 4 anos! Mas agora, já tenho mais.) conheço muito bem a realidade deste assunto e estou muito familiarizada com as viagens no táxi do Sr. Júlio. Por outro lado, não estou nada familiarizada com viagens de avião, esperas no aeroporto, recolha de malas, uso abusivo de bicicletas ou mesmo com os perigos de entrar na água logo depois de comer e até os teclados espanhóis, considero este texto... como hei-de dizer?... Ah! Brilhante!!!
Espero por novidades deste fabuloso - que digo? - brilhante escritor. Poderia dizer muito mais, mas não posso porque não tenho tempo e não encontro mais nada brilhante para dizer...

Cumprimentos, beijos, abraços e muitos palhaços! Continua assim, fresquinho e brilhante! :p
Beixiiinhuuux:*

Anónimo disse...

ola bom dia,tudo bem com os senhores leitores????bem so keria contribuir pra esta fantastico e veredica cronica dizendo k falta um pormenor na tua cronica,nao chegaste a falar de qdo tas no aviao a espera k ele descole(nao no sentido lato da palavra) e passado uma hora e tal sentados a espera o senhor aviador lembra-se e diz k afinal o aviao tem uma ligeira avaria e vamos ter k evacuar duma forma ordenada e calma e esperar mais uma duas horas pra entares noutro aviao porque tao supostamente a transportar as malas duma aviao pra outro e qdo finalmente entras no aviao tens a sensaçao k é mt ou igual ao aviao em k tinhas estado...isto tambem e uma hstoria veridicta e verdadeira k ja me aconteceu prai umas duas vezes


quato ao comparaçao da viagem de taxi com o do aviao nao posso comentar porque nc tive a coragem de perguntar ao taxi o seu nome=)


beijinhus e coiz´ pra todos

Anónimo disse...

(in)felizmente nunca andei de aviao,mas confesso q perdi td a vontade de o fazer... afinal, só há hospedeiras.e nós?viramos lésbicas?
(ok, eu tentei o comentario)

coiz'

Anónimo disse...

Tb gostei muito da crónica!já andei de avião e tudo isto que é dito nesta inagualável obra se verificou..desde a óptima (ironia) comida do avião até às palmas.. Infelizmente n tive a felicidade de à saída do aeroporto viajar no taxi do sr julio..foi no do sr manel, e agora até fiquei com peso na consciencia pk se o sr john (piloto do avião) recebeu palmaws o sr manel tb deveria receber, n é?
Considerada por mim uma obra sublime, que ilustra a realidade cruel (ou n) dos aeroportos, bem melhor que aquele filme o "terminal de aeroporto".
beijinho