11/10/08

O meu Pópó fez dói-dói

Yolarés...

Sim, hoje, decidi escrever algo mais alargado. Se a memória não me falha, a última vez que fiz uma crónica mais elaborada, foi por causa de um episódio um tanto infeliz em que participei. Se bem se lembram, tive de abrir os cordões à bolsa, quando num belo dia de sol a fechadura da porta de minha casa se lembrou de amuar, e tive de telefonar a um senhor simpático que me fez o favor de limpar a carteira para abrir a porta.

Pois bem, hoje escrevo porque o episódio de hoje é semelhante, mas pior. Bem pior. Estou mal-disposto. Aqui vai. Vai em itálico porque me sinto abalado.


Sexta-feira. O fim de mais uma semana de *cof* trabalho *cof*. Antes da última aula da semana, arrumo o saco com a roupa suja, os livros e afins. Tudo pronto para o desejado fim-de-semana em casa, com comida boa, cama quentinha, vista para a serra e ar puro. Tudo pronto para sair.
Finada a aula, passo apressado para casa, tralhas na mala e ao som de Carlos Paredes, aqui vou eu. Ainda antes de sair da
Inbicta , apanho dois amigos para lhes dar boleia. Por questões de sigilo não os vou identificar. Vegeta e Catarina.
Aqui vamos nós. Sol. Carro. Àrvore. Camião. Autoestrada. Àrvore. Buzina. Àrvore. Outro carro. Àrvore. Vêem-se muitas àrvores no caminho.

Saída para o Marco de Canavezes, para deixar um deles. Mais uma vez não vou referir nomes. Foi o Vegeta.
Paro o carro atrás de um Seat Ibiza, num local um bocado duvidoso. Passo a explicar. Não sei se era o facto se ser uma rua que ia dar a um monte de terra, se eram os carros de 1980 parados em todas as esquinas, se era a enorme quantidade de lixo espalhado pelo chão ou mesmo o vai e vem de carrinhas com trabalhadores da contrução civil - trolhas. Que era duvidoso era. Ah, já sei, deve ter sido pelo snackbar - barraco das obras - que dava pelo nome de "Desejo Realizado".
De qualquer das formas, o local não era muito normal. Se eu não soubesse onde estava diria que aquele sítio seria o Coffee-Break de uma conferência acerca de betão armado e piropos foleiros.

Deixo o Zé (nome fictício) - Vegeta -, meto-me no carro, ligo-o. Embraiagem a fundo, manete das mudanças para a marcha-atrás e... TrPAC!
É verdade que a marcha-atrás é a mudança que uso menos, costumo usar mais as outras, mas eu sei que TrPAC! não é, definitivamente, o barulho que deve ser ouvido.

Fiquei -risinhos à parte- com a manete na mão. A caixa das velocidades havia partido.
"Caneco" pensei eu. E agora? Nunca parti uma caixa de mudança. O máximo que eu parti foi um prato de cristal, e pelo que me lembro, na altura a minha mãe não achou grande piada.
Pego no telefone, telefono para a seguradora, atende-me um senhor. Um quarto de hora depois, a seguradora telefona-me de volta, atende-me uma senhora. Esta última, sempre muito profissional e cordial soltou um risinho suspeito quando me pediu a localização e eu disse "ao pé do Desejo Realizado". Ainda não percebi o porquê do risinho.
Enquanto esperava pelo reboque e pelo taxi, nuns 50 minutos que me parecem bem mais longos, tive oportunidade de observar e escutar belas conversas dos senhores do Seat Ibizia. Vim mais tarde a saber que o carro deles também estava avariado e à espera de um reboque. Ninguém mo disse, eu é que deduzi isso quando um dos senhores começou a correr e a gritar sempre que algum reboque por lá passava. O lado bom deste episódio, foi o extremo grau pedagógico. Reconheço que aprendi palavrões que nunca imaginei existirem.

Mais tarde, quando de facto chegou o reboque, lá estive a assinar tudo o que havia a assinar, pus as tralhas no taxi e lá fui eu para casa...
Entretanto já no taxi, travei uma conversa muito interessante com o Sr. Vitor, o taxista. Falou-me da vida, dos filhos, do fim de semana, do preço do petroléo, do euromilhões, do preço do gasóleo, das taxas de juro, do preço da gasolina, do preço das bicicletas. Basicamente falámos de muitos preços. Exausto depois de todo o episódio, estava era a pensar no preço de caixas de velocidade. Quanto custa a reparação de uma caixa de velocidades? Não sei, mas sei que nao é barato. E ainda por cima ainda não é época de saldos.

Pois bem, o Sr. Vítor ficou meu amigo, e disse que se ganhasse o euromilhões que me telefonava e me dava um bocado, porque ele "não queria tudo". Eu disse que sim. Estou a torcer pelo Sr. Vítor. Se calhar já é rico, e não me disse nada.

Depois de uma longa viagem, finalmente cheguei a casa, ao fim do dia. O que vale é que o ar ainda era puro e haviam àrvores. Muitas àrvores. Ao menos isso.

Se alguém quiser contribuir para a reparação da minha caixa de velocidades, podem entrar em contacto comigo que eu fornecerei, com todo o prazer o meu NIB.

As melhoras para o meu Pópó.

Ps: Gostaria só de mencionar, que esta foi a primeira vez que a localidade de Marco de Canavezes foi referenciada na Internet sem estar associada ao Sr. Ferreira Torres.


Coiz'
dmonteiro


9 pessoas estúpidas comentaram este post:

Anónimo disse...

De referir que o sítio duvidoso onde tinha, eu passo a citar, "uma rua que ia dar a um monte de terra, carros de 1980 parados em todas as esquinas, a enorme quantidade de lixo espalhado pelo chão ou mesmo o vai e vem de carrinhas com trabalhadores da contrução civil - trolhas" fica exactamente à beira da saída da A4, a aproximadamente 10 km (DEZ QUILOMETROS) da real cidade de Marco de Canaveses.


Para além de boa comida, boa bebida e muitos supermercados, Marco de Canaveses fornece também um serviço especial de acompanhantes ao domicilio, facilmentes identificaveis na estrada que segue para o centro.


Mais informações: http://www.cm-marco-canaveses.pt/main.html


hehe

Castores1950 disse...

aproveitavas e ficavas pa noite. é que naquele larguinho que tem o Jamaisca e o Woodrock, tem uma concentração de "indibiduas sim senhora!" bem apreciavel. Podia ser que alguma te desse um jeito na manete...

e daí talvez não... como tu é mais pegar de marcha atras...

(isto do humor brejeiro upa upa...)

Anónimo disse...

Finalmente alguém a apreciar o valor do Marco!!

hehe!!

Ska disse...

se a senhora te ligou de volta, quem atendeu não foi ela. foste tu

dmonteiro disse...

Txi Ska! Não deixas passar nada! :D

Mas olha, pode ser atender não no sentido de atender o telefone, mas no sentido de atender ao meu pedido :D

Anónimo disse...

Pois se voçaesselência tivesse optado pela compra de um Smart - isso sim um carro em condições - nada disso teria acontecido!!!
E quem diz um Smart, diz um BMW, ou um Mercedola.

Mai' nada!

Eu

Anónimo disse...

Tenho uma duvidazinha. A "cenas" das mudanças parte? =X Já tinha ouvido casos de pessoas k a arrancaram fora, agr partir nem sabia que era fisicamente possivel =X LOL * * *

dmonteiro disse...

Ao que parece sim... Foi um cabo todo não-sei-que, que de facto épreciso para que haja movimento de tal.

E vem a caminho, vindo de Espanha. Ao que parece os cabos nacionais não são muito bons.

Anónimo disse...

LOLOLOL Possa que coisa mais estranha =X Mas enfim, tudo teve solução, não houve feridos, não foi nada de muito grave é o que é preciso =D =D =D

* * *